quinta-feira, 4 de julho de 2013

DIA 04

          A obrigação de decidir os rumos se sua vida aos 17 anos é algo totalmente absurdo, desumano. Com tão pouca vivência, como escolher o que vai fazer nos próximos 60, 70 anos? Essa pergunta amargurava meus dias e ia paulatinamente frustrando meus planos de escolher uma profissão.
     Nenhuma matéria da escola me agradava. Gostava de ler algumas bobagens, mas nada muito complicado. Contas? Jamais! A necessidade de fazer lições e provas de matemática ou física era uma das coisas que me faziam odiar a escola. Mas como não queria ver de vez meu plano ir por água a baixo, me obriguei a eleger uma matéria preferia. Por exclusão, fiquei com a história.
        Depois percebi que toda essa luta interna não me valeria de nada. A tal da matéria favorita não me ajudou a escolher uma profissão, ao contrário, restringiu ainda mais minhas opções.
        Outra ideia então reviveu minhas esperanças. Se vou escolher algo para fazer o resto da minha vida, tem que ser alguma coisa comum às minhas habilidades e aos dons naturais. Eu sei que isso deve fazer vocês pensarem: “Como um fracassado tem algum dom?”, e faz todo sentido esse pensamento. Se nessa época eu tivesse noção do meu futuro, com certeza teria me poupado desses esforços. Mas como não presumia o meu caminho, essa ideia me manteve animado algum tempo.

E o óbvio aconteceu. Não demorou para que eu percebesse a total ausência de dom ou qualquer habilidade que me pudesse fazer bom em algo. Chegava então o fim da busca por uma profissão, e surgia uma outra ideia para alimentar as minhas esperanças de sair do marasmo.

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