A obrigação de decidir os rumos se sua vida aos 17 anos é
algo totalmente absurdo, desumano. Com tão pouca vivência, como escolher o que
vai fazer nos próximos 60, 70 anos? Essa pergunta amargurava meus dias e ia
paulatinamente frustrando meus planos de escolher uma profissão.
Nenhuma
matéria da escola me agradava. Gostava de ler algumas bobagens, mas nada muito
complicado. Contas? Jamais! A necessidade de fazer lições e provas de
matemática ou física era uma das coisas que me faziam odiar a escola. Mas como
não queria ver de vez meu plano ir por água a baixo, me obriguei a eleger uma
matéria preferia. Por exclusão, fiquei com a história.
Depois
percebi que toda essa luta interna não me valeria de nada. A tal da matéria
favorita não me ajudou a escolher uma profissão, ao contrário, restringiu ainda
mais minhas opções.
Outra ideia
então reviveu minhas esperanças. Se vou escolher algo para fazer o resto da
minha vida, tem que ser alguma coisa comum às minhas habilidades e aos dons
naturais. Eu sei que isso deve fazer vocês pensarem: “Como um fracassado tem
algum dom?”, e faz todo sentido esse pensamento. Se nessa época eu tivesse
noção do meu futuro, com certeza teria me poupado desses esforços. Mas como não
presumia o meu caminho, essa ideia me manteve animado algum tempo.
E o óbvio aconteceu. Não demorou para que eu percebesse a
total ausência de dom ou qualquer habilidade que me pudesse fazer bom em algo.
Chegava então o fim da busca por uma profissão, e surgia uma outra ideia para
alimentar as minhas esperanças de sair do marasmo.
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